O
conhecimento está se tornando a principal riqueza da Era da Informação. É
graças ao conhecimento que as pessoas podem transformar os problemas em
soluções, os desafios em oportunidades, as idéias em produtos e os objetivos em realidade. Cada
candidato - por melhor diploma que possua debaixo do braço - é avaliado pelo
mercado de trabalho em função principalmente de seus conhecimentos. Seu valor
de mercado será determinado mais pelo seu conhecimento do que pelas suas
certificações ou diplomas. Seu salário será dimensionado pelo conhecimento que
ostentar frente às empresas onde pretende trabalhar. Assim, o conhecimento
precisa ser levado a sério por todo estudante e profissional.
Investir
no conhecimento significa investir no seu próprio capital intelectual para
alcançar retornos significativos na vida profissional. E como investir em
conhecimento? Não basta fazer cursos e prestar atenção às aulas. Isso é
necessário, mas não é mais suficiente para os dias de hoje. É preciso ir além:
estudar, estudar e estudar. Aprender, aprender e aprender. Isso significa ler o
tempo todo - na biblioteca, em casa, no ônibus, no metrô, na praia,
aproveitando todo e qualquer momento disponível. Mais ainda: criar uma
biblioteca, um banco de dados, um centro de informação pessoal, um repositório
de conhecimento. O mundo mudou e torna-se necessário abrir novos horizontes. Trocar
idéias com outras pessoas, ouvir suas opiniões e conhecimentos, aprender com
elas. Afinal, conhecimento não ocupa espaço na cabeça, não tem peso e não
precisa ser guardado contra possíveis roubos ou assaltos. É uma riqueza pessoal
sem limites.
Na
Sociedade da Informação, a mudança contínua faz com que o conhecimento se torne
rapidamente ultrapassado e obsoleto. O ciclo de vida do conhecimento se torna
cada vez mais curto e rápido. O segredo para manter-se atualizado é tornar-se
um eterno estudante. Viver aprendendo no decorrer da vida toda. O risco de não
se fazer isso é perder o bonde do sucesso. Precisamos ser eternos aprendizes
para que nosso conhecimento seja sempre atual e contemporâneo.
Mas
o conhecimento não pode ser guardado a sete chaves na cabeça das pessoas. Há
muitas pessoas que fazem cursos de graduação, pós-graduação, especialização,
atualização, doutorado e não decolam na vida profissional. É que o conhecimento
não pode ficar escondido nos meandros da memória. Ele precisa ser aplicado e
rentabilizado. Isso significa que quem tem conhecimento precisa saber como
utilizá-lo e aplicá-lo adequadamente na vida profissional. O conhecimento
precisa ser transformado em resultados e, se possível, trazer retornos
financeiros, tanto para a pessoa como para sua empresa. Ele precisa ser
transformado em soluções, em novos produtos ou serviços, em novos processos e
métodos de trabalho, em criatividade e inovação, em novos negócios. Quando isso
ocorre, estamos falando de habilidades.
O
que é uma habilidade? Nada mais do que saber aplicar o conhecimento, seja
através de meios físicos ou intelectuais, e obter resultados práticos e
concretos. Existem várias habilidades que funcionam como meios para processar o
conhecimento de uma pessoa. Habilidades de ler, escrever, verbalizar,
comunicar, entender situações, fazer cálculos, dimensionar espaços, utilizar
equipamentos, digitar terminais de computador, fazer previsões, etc. O
importante é enriquecer as habilidades de que dispomos com o conhecimento
agregado em sala.
Algumas
profissões - principalmente aquelas que tratam da natureza ou de coisas físicas
e concretas - exigem conhecimento e habilidade para possibilitar o sucesso
profissional, como química, física, farmácia, biologia, arquitetura, etc. Contudo,
boa parte das profissões - principalmente aquelas que tratam com pessoas, como
administração, psicologia, sociologia, pedagogia, economia - exigem algo mais
do que apenas conhecimentos e habilidades. Elas exigem também competências.
E
o que são competências? Competência significa algo que você precisa ter para se
diferenciar das outras pessoas e apresentar vantagens que as outras pessoas não
conseguem ter. Chamamos a isso de vantagem competitiva. Competência significa a
capacidade de fazer as coisas acontecerem, de alcançar metas e objetivos que
nem todas as outras pessoas conseguem atingir, de fazer coisas que são
admiradas pelos outros, de criar e inovar fazendo algo que nunca foi feito
antes. No fundo, competência significa transformar conhecimentos e habilidades
em realizações pessoais ou empresariais. Isso exige postura pessoal, atitude
empreendedora, assumir riscos, visão de futuro, espírito de luta, senso de
realização, discernimento, coragem, perseverança. Nosso país precisa de gente
competente, que faz, realiza, visualiza oportunidades e que expande as
fronteiras. Nossas empresas precisam do talento empreendedor: conhecimento,
habilidades e competências.
Esse
é o triângulo da excelência. Ele envolve conhecimento, habilidades e
competências e precisa ser seriamente levado em conta por quem pretende ser
bem-sucedido profissionalmente. Mas, qual é o mais importante desses três
impulsionadores da excelência profissional? Em qual deles centrar os maiores
esforços? Na verdade, todos eles são importantes. Mas decididamente o conjunto
dos sinais que costumamos descrever como competências sai disparado na frente
dos demais. Pela simples razão de que tanto a aplicação do conhecimento como a
obtenção dos resultados por meio do conhecimento e das habilidades dependem da
competência pessoal.
Cada
vez mais, as empresas e organizações estão preocupadas em mapear as suas competências
essenciais - o chamado core business - para em função delas definir quais
as competências pessoais mais importantes para o sucesso dos seus negócios. E
por que razão? A resposta é simples. De nada adianta ter na empresa um grande
talento dotado de conhecimento e habilidades se a pessoa não tiver as
competências e atitudes adequadas frente às várias situações importantes que
surgem diariamente no trabalho. Sem a competência, o conhecimento e a
habilidade ficam na berlinda e se apagam. Permanecem em estado potencial na
espera de sua realização. A chama é proporcionada pela competência. Ela é
fundamental e preciosa. Não se esqueça jamais disso!
Por: Idalberto Chiavenato - filósofo, pedagogo, mestre (MBA) e doutor (PHD) em Administração de
Empresas e consultor de empresas. É um dos autores nacionais mais conhecidos e
respeitados na área de administração de empresas e RH e reconhecido e
prestigiado pela influência na definição e aplicação de modernos e inovadores
conceitos administrativos aplicados às organizações bem-sucedidas.